Introdução

Este Blog tem como objetivo unir os músicos através da troca de informações, para que todos possam aprender e ensinar. Portanto, sintam-se à vontade. Dicas, dúvidas e comentários serão sempre bem vindos.
Espero que seja bastante útil para todos!

Um grande abraço,

Hugo

Introduction

This Blog is meant to be a musicians space, so we can all learn from each other. Feel confortable for giving tips, questioning and write comments about any subject.
I hope it is useful for everyone!

Blessings and all the best,

Hugo


www.hugosoares.com

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Polirythms and Metric Modulation by Hugo Soares - Soultone Cymbals video


Polyrhythm and Metric Modulation
by Hugo Soares 

PDF + VIDEO 





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Nathanael Townsley (Modern Drummer 2003)



 







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Teddy Campbell (Modern Drummer 2008)






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Entrevista para o Cuíca Play


Hugo Soares - "A curiosidade e a vontade de aprender, são os principais pontos para se tornar um bom profissional".





Hugo Soares - Baterista, compositor e produtor musical.
Nascido em Belo Horizonte, 1989.


Primeiramente quero lhe agradecer por aceitar o convite! Porque neste Blog, eu já conquistei o meu objetivo, que é mostrar a arte dessas pessoas que estou entrevistando. A percussão é muito importante pra mim, não só como músico, mas pra a vida. Pessoas como você representam isso muito bem! Pesquisei seu trabalho e o convidei. Percebi que não é uma “vaidade” apenas. Há muitas pessoas por aí que querem ser “artista”, “sucesso” "respeito". Mas quero e vou direcionar o Blog pra outro foco. Aquele que transcende e transforma o ser humano. Senti muito isso no seu trabalho! E quero continuar passando pra essas pessoas que estão acessando o Blog... pessoas que buscam isso... Essa verdade.

O prazer é meu.

HUGO SOARES

Baterista, percussionista, arranjador e compositor.

Nascido em 1989, em Belo Horizonte/MG, Hugo Soares despertou o interesse pela música
muito cedo.Com apenas dois anos de idade já criava seus próprios instrumentos e, aos nove anos, começou a estudar música. Pouco tempo depois, entrou para a Pro-Music Escola de Música, onde se formou em 2003, estudando com André Campagnani e Mário Castelo. Em 2005 o baterista mudou-se para Los Angeles, nos Estados Unidos, onde se graduou pela Los Angeles Music Academy - LAMA. Dentre seus professores estavam Mike Shapiro, Ralph Humphrey, Tony Inzalaco, Joe Porcaro, Dave Beyer, Michael Packer, Matt Starr, Aaron Serfaty entre outros nomes mundialmente conhecidos no cenário musical. Ainda em Los Angeles, o baterista foi escolhido em uma audição para fazer parte da LA Music Academy Jazz Fusion Band.De volta ao Brasil em 2007, Hugo conheceu grandes músicos e participou de trabalhos com Paulinho Trompete, Hemeleto Stamatto, Toninho Horta, Zezinho Moura, Carlos Bolão, Adriano Campagnani, Zazu, Beto Lopes, Eugênio Aramuni, Luis Henrique, entre outros. Atualmente reside no Brasil, lecionando classes de bateria e cursos de jazz e música brasileira(Pro-Music Escola de Música) e se prepara para lançar o seu primeiro álbum solo. Sempre muito curioso e grande pesquisador de ritmos, Hugo demonstra, através de suas composições, que sua música está em constante transformação.

Hugo Soares - Paciencia Street

Pré produção do disco "GEMINI". Música inédita!
Créditos:Flavio Matheus (Guitar)/Senilo Dutra (Bass)/Fabiano Zan (Saxophone)
Aurélio Penna (Keys)/Hugo Soares (Drums)
Gravado e mixado no Drum LAB Studios 2010
Produção musical por Hugo Soares

Como a música entrou na sua vida? Já começou na bateria?

A música está presente na minha vida desde a infância, quando já buscava artifícios pra fazer barulho. Comecei com latas, daqueles biscoitos adocicados, e um banquinho com a pele de cabra da minha avó. Achava lindo! Comecei assim aos dois anos, tenho até um vídeo disso em algum lugar. Aos oito anos de idade, foi a minha mãe quem disse que era a hora de eu entrar numa aula de verdade e chamou um professor pra me ensinar. Minha mãe sempre esteve muito presente na minha carreira. Daí eu estudei um ano com este professor, que era muito musical e muito humano. Ele me levava pra shows de música instrumental, música erudita, teatros. Aos oito anos eu já conhecia muita arte! Não foi simplesmente aquela pessoa que me deu um par de baquetas e me deixou fazer o que eu quisesse. Ele me apresentou a música de uma forma mais pura. Passando isso, eu fui pra uma escola de música, aqui em Belo Horizonte mesmo, Prómusic, aos 10 anos mais ou menos. Fiz um curso com quatro anos de duração, com alguns intervalos. Formei-me lá aos 14 anos. Sempre estudei os outros instrumentos percussivos, como: afro-cubanos e brasileiros. E depois instrumentos de harmonia. Fiz muito curso de musicalização, teoria, harmonia. Piano, especialmente, foi meu primeiro instrumento harmônico. Depois, aos 15, fui para os Estados Unidos, estudar na “Los Angeles Music Academy” (LAMA), em Pasadena, na Califórnia.

Inclusive, você sabe que o piano é um instrumento de percussão?

Também, com certeza, bastante percussivo. Aliás, ele é completo. Instrumento rítmico, harmônico e melódico. E eu o utilizo muito pra composição, muito mesmo. Junto do violão. Utilizo bastante estes dois instrumentos pra compor, além da bateria, claro.

Quais os artistas ou músicos que foram fundamentais para sua formação?

O meu background musical é bem amplo. Vai a lugares que não tem nem muita conectividade. Mas, por exemplo, Música Brasileira sempre me fascinou. A parte rítmica que nós temos aqui é muito abrangente e muito rica. Mas quando eu fui pra os Estados Unidos, tive a formação bem jazzística, blues e soul. Além disso, muita coisa africana, desde Gana, dos ritmos angolanos, até Cuba. Então de nome eu tenho pessoas próximas com quem estudei como Joe Porcaro que é um tesouro do jazz. Mike Shapiro, que é uma grande influência na minha vida, pela forma como ele me ensinou música, tem o Tony Inzalaco, Ralph Humphrey do Frank Zappa, cada um teve um toque especial. O Ralph me ensinou a enxergar os ciclos rítmicos, compasso composto, música indiana. Enxergar rítmicos como ciclos e não com aquele padrão métrico, 4x4, foi o Ralph quem me atinou pra isso com um curso chamado “Rhythm Studies”, estudo do ritmo.

E na música brasileira estudei com André Campagnani, Edu Ribeiro, Kiko Freitas e Márcio Bahia. O André, neste período de transição foi muito importante. Um professor e um pai da bateria pra mim. Pela forma também que me ensinou música e pelas palavras.
Fui muito novo pra os Estados Unidos, e ele foi uma pessoa que me incentivou muito, desde a me orientar, como agir lá, pelo fato de ser a primeira vez que eu estava saindo do Brasil. A postura profissional e como representar o Brasil lá fora. Acabei parando de estudar aos quinze anos, no primeiro ano do segundo grau e fui pra os Estados Unidos. Ele foi uma pessoa que apoiou muito nessa decisão a mim e a minha família. Por isso, eu sou muito grato. Além de tudo que aprendi. Porque não é uma decisão fácil. (risos)

Você ministra aulas de bateria e diz em sua metodologia que cada aluno necessita de um programa específico. Porque diz isso? Encontrou alguma dificuldade nesse sentido?

Normalmente, eu faço uma entrevista, antes de assumir aquele aluno pra mim. Principalmente para saber como eu vou apresentar a música pra essa pessoa. Porque cada um, acima de tudo, tem um interesse com o instrumento. Então uma pessoa que já tem uma profissão formada, uma família, estará ali usando da música pelos outros benefícios que ela pode trazer. Que seja tranqüilidade, relaxamento, expor idéias, dialogar com outros músicos. Gosto muito de saber o que ele está buscando na bateria, percussão ou nos cursos de harmonia que ministro aqui também. Assim consigo chegar bem próximo do que ele quer. Claro que temos técnicas fundamentais de bateria, desde os rudimentos, moeller, técnicas de pés, e tudo mais. E esses fundamentos são complementos pra música. Na verdade, a técnica é uma forma de deixar-nos confortáveis pra executar música. Tento passar a técnica como complemento e não como fundamentalismo. Então se descobre essa essência de cada um, tanto em estilos que o aluno se identifica, quanto nos obstáculos que ele quer vencer na música, seja coordenação, ritmos, ou até mesmo os outros instrumentos que ele queira aprender. Uma coisa que ensino bastante é a escutar os outros instrumentos enquanto tocamos. Cada músico é único!

Hugo você é percussionista também. Algum instrumento específico na percussão? São especialidades distintas ou não?

A forma que mais tenho atuado hoje é como baterista e produtor musical. Mas a percussão sempre fez parte disso tudo. Como eu gravo muito aqui, acabo gravando todas as percussões, que pra mim é mágico dentro do estúdio. Tanto a percussão, como a bateria. Mas já que estamos falando da percussão. É maravilhoso como conseguimos fazer coisas soarem, lindamente bem, dentro do estúdio. Ás vezes algo que nem daríamos tanto valor. Então a percussão vem como uma pesquisa sonora, porque ela é infinita! Sempre vai ter um instrumento que nunca ouvimos falar, nunca se escutou, aquele som que você diz “_O que é isso?”. Parece com aquilo, mas não é. Então esse mundo percussivo me chama muito a atenção. Estudei muito, percussão latina e brasileira. Escola de samba, tamborim, agogô, repique, caxixi, pandeiro e percussão latina, cubana, como as congas, bongos, cowbells, claves, timbales...

O seu estilo passeia muito pelo blues e jazz. Esses são fortes influências? São todos os estilos?

Olha, essa pergunta é muito legal. Porque esse meu disco se chama “Gemini”, que na verdade é meu signo, geminiano. A idéia é tentar abranger toda essa vivência e experiência musical que eu vivi. Pra ser sincero, hoje em dia, tenho vivido uma fase musical brasileira e soul, a ligação não é muita próxima, mas tenho me surpreendido com essa combinação. A fase do jazz e do blues estão sempre presentes. As minhas composições mais recentes, mostram bem esta mistura! A energia mais gospel americana, mais swing, sincopado com a música brasileira. Se pensarmos, à grosso modo, temos 4 semicolcheias de um lado e uma quiáltera de 3 do outro. Um 4 contra 3. Uma combinação que, bem feita, fica maravilhosa. Tenho aprofundado bastante nesta idéia. Numa mesma composição eu viajo entre os estilos. Impressionante como acontece esse diálogo. É tudo baseado em fases da minha vida mesmo. E acrescentando, tenho feito combinações eletrônicas nas minhas composições. No disco dá pra notar a presença de Dj’s, sintetizadores e efeitos sonoros. Combinações de loops com bateria também, mas de uma forma bem orgânica.

Percebo muito hoje em dia, alguns bateristas eliminam um ou dois “tons”, você também faz ou já fez essa experimentação? Porque se faz isso atualmente? Eles não são mais importantes?

Uma pergunta muito bacana que pode ficar complexa. (risos). Pra se ter uma idéia, um tom e um surdo, é a formação de um kit jazzístico. Que normalmente é um tom de 12x8” que é esse que eu tenho aqui (mostra) e um surdo de 14x14” no chão assim. Na verdade é um timbre da década de 30, 40, normalmente aqueles vídeos que trocamos pela internet (Papa Jô Jones) é essa configuração! Agora o principal motivo, em minha opinião, é que no jazz a condução é muito usada. Então uma peça que você utiliza muito deve ficar mais perto de você.
Quanto está muito longe, gastamos muita energia pra tocar. Então quando você tira um dos tons, você aproxima o Ride, que é esse prato de condução. Assim eu consigo mais agilidade. Fica mais fácil flutuar pelo kit, sem me desgastar fisicamente. Agora falando brevemente da minha bateria, que é até uma matéria que eu vou postar daqui a pouco, ela é bem específica pela minha formação jazzística. Tenho um tom de 12x8” e um surdo de 14x14”, portanto os timbres mais originais do jazz, até em questão de afinação, a pele batedeira com a de resposta, elas estão em uníssono, e aqui elas estão em terça menor, no surdo, que dá uma característica jazzística, esse som de tambor (Hugo bate na pele do tom) com pouco grave, com pouca sustentação e muito ataque, agudo. É uma característica marcante do jazz.
Papa Jo Jones



This is very cool...he puts down the drumsticks and plays the kit like a large set of handrums...then pics up the sticks again and rocks it out! Papa Jo Jones has played with Billie Holiday, Count Basie, Elle Fitzgerald, Duke Ellington, Lester Young, Lionel Hampton, Roy Eldridge, Chuck Berry, Buddy Tate, Benny Goodman, John Coltrane...

Depois, nesse pedaço, veja que eu não desperdicei o segundo tom, eu coloquei aqui! Na verdade ele é 10x8”, menor que o jazzístico que acabei de comentar. Eu o afino com profundidade. Uma terça maior, entre a pele de cima e a debaixo. Representa pra mim, mais a música brasileira do que o de 12x8”. Coloquei junto aos surdos, 14” e 16”. A intenção, nesse cantinho da bateria, é ser uma mini escola de samba, os três surdos: o pai, a mãe e o filho, (risos), Surdos de primeira, segunda e terceira. Aqui eu faço muitos diálogos em música brasileira. A afinação é bem voltada pra isso. Falando dos pratos, por exemplo, este Ride Constantinople , desenvolvido pelo Elvin Jones, é um prato totalmente jazzístico, este Special Dry ride também. Mas, por outro lado, tem um crash e um splash aqui, mais brilhante, mais brasileiro, menos jazz. A idéia era combinar isso tudo, e fico variando entre um bumbo de 18” e um de 20”. Um mais agudo pra jazz, um grave pra música brasileira. Igual você vê, incluo um tamborim, cowbell, par de agogôs. E acabo vendo a bateria como uma percussão múltipla mesmo. Temos muito a explorar na bateria. É um instrumento muito novo ainda, aproximadamente 100 anos de instrumento. Tenho experimentado bastante. Gosto muito de arriscar, tanto na minha vida profissional, quanto na hora de sentar na bateria e tocar (risos)... –Deixe-me virar esse prato de cabeça pra baixo! Viro e vejo o que acontece. Combinar as coisas, sempre com uma filosofia por trás.

Então quando você é contratado ou convidado, pra tocar um estilo, seja qual for, samba-rock, jazz, blues, samba. Você prepara um kit pra o determinado estilo?

Com certeza. Esse kit que está aqui, o que eu utilizo hoje, bem específico, é voltado pro meu disco e para as minhas composições. Claro que se pode aplicar um kit desses em outras ocasiões. Quando toquei com Adriano Campagnani, na ultima vez, eu levei esse mesmo kit, muito próximo do que está aqui. Mas, se vou fazer um estilo que não tem a ver com agogô e tamborim e que não vou utilizar, daí eu não levo. Diminuo ou aumento a afinação dos tambores, em determinadas situações. Afinação de bumbo também para adequarem mais ao estilo. Também troco peles e tudo mais. Utilizo muito pele porosa e afinação um pouco mais alta! E em estilos mais modernos como o fusion, coloco peles hidráulicas, Pin Stripe, uma pele que vai ter mais ataque e menos ressonância, pra deixar o tambor mais definido. Então sim! Acabo elaborando um kit, pra cada situação.

Você tocou com o Carlos Bolão no lançamento do CD dele, “Pulsação? Ele é um músico muito “intuitivo” também. Como você trabalha, quando está acompanhando alguém, em relação e “técnica” e ao “intuitivo” – orgânico?

Com o coração. Na verdade, o coração está sempre presente em todos os trabalhos que eu faço. Uns vou identificar mais, que são os trabalhos instrumentais que tenho feito. O coração está sempre presente, desde o estilo musical que eu não escutaria em casa, mas eu estou ali como músico contratado. Não tem essa de preconceito com nenhum estilo, eu, pelo menos, não tenho. Já atuei em bastante estilo diferente. O mais interessante é usar a filosofia do aluno. Por exemplo, a experiência com o Bolão foi maravilhosa, porque é uma pessoa que fala música, canta música, e não necessariamente vai te falar a técnica a ser usada ou vai te passar uma partitura pra acompanhar. Mas o que ele passa é muito nobre e puro.
Hugo Soares - Solo de bateria - Show de lançamento do CD de Carlos Bolão

Hard Rock Café - Zazu – Bass / Luciano Soares – Guitar / Hugo Soares - Drums
Carlos Bolão - Vocals and percussion / Marcinho – percussion

E você se entregando pra aquela situação, fica muito fácil de trabalhar. Você conquista a pessoa com o coração ali, muito mais do que você olhar pra partitura e não olhar para o olho. Não parar pra escutar o que os seus companheiros estão fazendo. O mais interessante é você buscar a essência da pessoa e somar com ela. Em minha opinião, o coração não estando presente, não tem música. Estaríamos falando de outra coisa...

Gostaria de citar os artistas no Brasil que você acompanhou?

Já temos o Carlos Bolão. Estou com o meu disco solo, pra lançar esse ano. Estou com o Adriano Campagnani no trabalho instrumental dele, que também está lançando um disco esse ano. Estou com um projeto chamado “Jack Jazz”, um projeto de “Acid Jazz”, que é um jazz bem dançante. Sem perder os improvisos. Acho que essa é a melhor forma de descrever o “Acid Jazz”. Fiz uma temporada com Beto Lopes. Eugênio Aramuni em algumas casas de jazz em Belo Horizonte. Fundamos o ZEH Trio, no ano passado, que era o Zazu e com o Eugênio. Tenho atuado pouco fora do cenário instrumental, mas casualmente faço side-man de alguns artistas como Roger Bastos, Lílian Nunes, Rodolfo Mendes. Também no ano passado, fiz uma temporada com o Mandrax, pop-rock e com a banda Inbox.
Hugo Soares com Mandrax no Programa Arrumação

Mandrax no Programa Arrumação / Recorded 2008 / Zè Mauro (Vocals)
Gustavo (Keyboard) / Lèo Moura (Saxophone) / Hugo Soares (Drums)
Lèo Araùjo (Eletric Bass)

No seu site, você faz uma “simbologia” entre o coração e os elementos da bateria. É uma brincadeira? Qual o fundamento dessa comparação?

Vamos lá...Vou tentar simplificar um pouco desta fisiologia. O coração reproduz de forma periódica o que denominamos de “Ciclo cardíaco”, como os ciclos rítmicos! Algo curioso é que ele possui um ventrículo e um átrio direitos e um ventrículo e um átrio esquerdos, como nossos membros superiores e inferiores. O bumbo seria essa pulsação que nós sentimos no coração, que também é medida em bpms, como na música, batidas por minuto. Normalmente, é aquele grave que empurra e sentimos no peito, essa é a impressão que eu tenho quando toco. No coração, funciona como os movimentos de contração e relaxamento. Sentimos mais do que escutamos. Acho a melhor forma de descrever o bumbo. As válvulas, que controlam a passagem do sangue, são como o chimbal, abre e fecha, permitindo que o sangue se distribua. Enquanto o chimbal aberto permite que o som se prolongue. A caixa já é bem cortante, é como a artéria pulmonar, são os espaços onde o groove respira, 2 e 4! (risos) pausando, por milésimos de segundo, todo o ciclo. A artéria Aorta, como o Ride - prato de condução - conduz todo este sangue para todos os órgãos do corpo, une e facilita o diálogo. Sinto que toda essa energia produzida pelo baterista é distribuída para todos os outros músicos. Os órgãos que compõem todo àquele corpo musical e que a devolve mais forte ainda, uma troca! Enfim, a bateria é a pulsação que move as pessoas e deixa tudo muito mais vivo! (risos)

Achei muito interessante a simbologia que foi feita e que está no site www.hugosoares.com

Eu tentei passar isso. Essa idéia é uma parceria com designer o André Coelho. Acho importante citá-lo porque é um parceiro de vida. Tudo que eu tenho feito na área do design, desde o CD, DVD, Site. Ele tem contribuído bastante. Tivemos algumas conversas dessas, que nós estamos tendo, e ele representou muito bem tudo o que eu sinto, o que eu quero passar pras pessoas. Depois de muitos experimentos conseguimos finalizar o site. Não tem muita coisa digital ali. A maioria dos elementos são verdadeiros, tirados de fotografia, ou desenhados á mão. As fontes do menu, por exemplo, não são fontes padrões. São bem específicas. A intenção é essa, deixar o site íntimo. Todas os textos do site sou eu quem os escreve. Seleciono o que entra e o que sai. Como a biografia. Queria que eu mesmo contasse a minha história! Ao invés de me colocarem na terceira pessoa. Além do André, contei com o profissionalismo da equipe da YAP Agência, especialmente do Thiago e do Eduardo, que me ajudaram a desenvolver a programação necessária para que tudo funcionasse fora do papel. Vocês podem conferir e tocar no meu kit de bateria graças a eles! No site tem a parte de contatos que eu respondo todos os e-mails que recebo. Mesmo quando não sei a resposta (risos) eu respondo. Acho que algo bem próximo também da sua filosofia e do seu blog, aproximar o contato com o público.

Hugo, outra postura que percebo, geralmente nos grupos e nas bandas, é que o baterista geralmente direciona o trabalho musical. Você acredita que o baterista exerce mesmo uma função de maestro mesmo no grupo? Porque disso? Musicalmente falando.

Olha! Legal! Achei um termo verdadeiro! (risos) Maestro da banda, porque somos verdadeiros pilotos! A bateria é um instrumento poderoso. Estamos em vantagem, tanto em massa sonora quanto em volume! Temos notas super graves e super agudas, abrangemos este leque de freqüência, em um só instrumento. O som de um grupo toma uma direção muito baseada no baterista. Influências rítmicas, performance, vocabulário. Um baterista, com vocabulário, acrescenta muito na banda, ou em qualquer projeto. Uma vez, quando era bem pequeno um professor meu, Nelson, me fez uma pergunta interessante na nossa primeira aula. Foi uma aula super dialogada e ele me perguntou o que era a bateria pra mim? Foi aquela aula inteira, perguntando, respondendo... e chegamos a conclusão juntos. A bateria é o coração da banda mesmo, sabe. Se você tira o baterista do palco, vai fazer uma falta muito grande. Tanto em massa sonora, igual comentamos da freqüência, quanto em ritmo, que é o que move as pessoas a dançarem e a absorver a informação. O ritmo é que está presente nas melodias, letras, guitarras, no piano e em todos os instrumentos. Ele é o fundamental.
Hugo Soares and Zazu

Jam recorded on January 9th, 2009.
Showing a bass and drums concept on a fast samba-partido.
Hugo Soares on drums and Zazu on bass.

E a bateria é um instrumento melódico também, mas sempre rítmico. Então sinto a bateria como a pulsação mesmo, igual o nome do Cd do Bolão. Não é à toa! (risos) Ela que dá esse pulso, essa vontade de dançar, ajuda a entender uma letra. Facilita o ouvinte a captar a mensagem. Cria tensões... como na música "Livros” do Caetano Veloso, percebe-se ali um maracatu tenso! E descobrimos o quão importante foi a escolha daquele ritmo pra música. Quão forte foi essa combinação. Na letra que ele viaja e vai pra lugares que tentamos acompanhar. Aquela tensão rítmica não está ali sem querer. O ritmo é algo que os ouvintes mais captam, algo impactante! Quando começa a música, o ritmo define pra onde o passo deve ir. Quanto mais simples o ritmo, mais rápido é absorvido!

Hugo, como você analisa o cenário musical mineiro? Você, que já tocou em outros estados do Brasil e do mundo. Acredita que se falando de percussão e bateria, estamos satisfatoriamente amadurecidos?

A música mineira é maravilhosa em nível internacional sem dúvidas. Harmonia muito bem elaborada, como as melodias de ponta de acorde, sem limites. Não tem essa filosofia de universidade que não se pode combinar uma nota com outra. É algo bem livre. Tanto em voicing, quanto em combinações mesmo. Música mineira pra mim, sempre vai estar presente, Milton Nascimento, Clube da Esquina, música instrumental. E tenho procurado combinar música mineira com elementos de fora, com as minhas outras influências, tem sido até um desafio de vida pra mim, fazer essa combinação. Belo Horizonte tem crescido muito sim, não tanto como as grandes metrópoles mundiais, mas tem crescido muito. Principalmente a música instrumental, com esses apoios culturais que o governo de Minas e o governo federal têm feito. Festivais de jazz. Hoje se vê muito mais jazz em praça pública, sem custo nenhum, tentando aproximar o público leigo de uma música nova. Não tão popular quanto as músicas que estamos acostumados a escutar na mídia em que vivemos. O mineiro tem crescido e acho que vai crescer muito mais. Porque na questão profissional, ficamos um tempo andando a passos de tartaruga sim. Agora eu tenho esperança de que isso vai progredir mais rápido do que nesses anos todos. Tanto em casas de shows quanto nas oportunidades, teatros, divulgação de eventos. Esta área tem crescido muito. E principalmente a união desses músicos mineiros, revolucionar, apoiar e criar mais oportunidades ainda, com certeza vai favorecer essa mudança. Tenho muita esperança nisso, apesar de estar indo pra os Estados Unidos de novo em janeiro do ano que vem. Aqui vai ser sempre a minha casa, da minha família, meus amigos... essa cidade que eu nasci e conheço bem.

E atualmente o que está fazendo musicalmente? Conte-me do seu CD?

Estou com uma perspectiva de um disco pra outubro desse ano, chamado “Gemini”. A idéia é lançar CD e DVD. Na verdade, vai sair. Eu só não sei como será o lançamento no Brasil. Estou indo aos Estados Unidos, no próximo mês, pra definir algumas questões pendentes. O álbum tem duas vertentes, como “Gemini”, duas caras completamente diferentes. Em terceiro plano, tenho escrito bastante. Gosto de filosofar e entrar dentro dos tambores para entendê-los cada vez mais. Quem sabe sai um livro daqui a pouco! (risos) Acho muito importante todo músico saber como captar o som do seu próprio instrumento. Não só tocar. Porque muitas vezes, o problema esta ali e você não resolve porque não tem o conhecimento. Vamos ver se nesse ano cabem tantos projetos.

No site tem umas imagens de baterias exóticas?

Tem um artigo no site que fala sobre criatividade. Acredito que a criatividade não tem limites e quando os colocamos, deixamos de ser criativo.

E este Estúdio de Gravação?


Esse estúdio se chama “Drum LAB Studio”. Como diz o nome, é um laboratório de tambores, percussão em geral e bateria. Tentamos buscar a essência de cada tambor dentro do estúdio. Como lidamos com um instrumento muito orgânico, nada que você plug na tomada e sai tocando, acabo desenvolvendo várias pesquisas, como captar melhor o áudio deste instrumento. Então o estúdio é voltado pra gravação de bateria e percussão por ser a minha especialidade. Meu disco vai tentar mostrar isso. Como estamos vivendo em um mundo globalizado, as baterias são gravadas aqui e enviadas por correio ou pela internet pra qualquer lugar. A intenção é essa, um estúdio de pesquisa, um laboratório pra experimentar à vontade e encontrar aquilo que ainda não se conhece.

Você está indo viajar nesse momento para os Estados Unidos, pela música?

Estou indo aos Estados Unidos por alguns motivos diferenciados. Pretendo concluir algumas etapas do CD e do DVD, tentar viabilizar a vinda de algumas pessoas para o Brasil e, finalmente, conferir, de perto, algumas propostas de endorsement de empresas americanas.

Hugo, quer dizer algo mais?

Quero agradecer a oportunidade e desejar todo o sucesso nesta nova caminhada! Parabéns pela iniciativa!

Fontes: Entrevista-Luciano "cuica play"
Fotos-Arquivo Hugo Soares/Amanda Calho/Bruno Cantini/Matheus Telles/Luciano Andrei
Edição texto- Fabiana Lopes.
Agradecimento-Designer:André Coelho/Drum LAB Studio.

Hugo Soares: Contato

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Los Angeles Music Academy website